Mr
Romantic” é o quinto e mais recente álbum de Mr. Bow. Nesta nova
aventura discográfica – que sai oficialmente dentro de dois meses – o
artista faz uma incursão ao amor e os seus dramas, mesmo para encorajar a
vida a dois e a coesão familiar. Deste trabalho de 12 temas,
“Guilhermina” foi a música eleita para o primeiro video-clip. Na
entrevista que se segue, Bowito fala deste trabalho, onde assume que a
música é o seu único compromisso com os moçambicanos.
Quem é Guilhermina?
É
uma música que faz parte do mais recentre álbum que se intitula “Mr.
Romantic”. Retrata a história de várias pessoas, histórias do meu país.
Jovens, até adultos, saem da sua terra natal para a cidade à procura de
melhores condições de vida e enfrentam dificuldades. As suas esposas, em
algum momento, duvidam que o marido esteja mesmo interessado em voltar à
casa. Nesta música, o marido diz que irá regressar só que,
infelizmente, as dificuldades que enfrenta fazem com que demore. Mas
promete enviar alguma coisa e voltar logo que tiver o salário. É uma
música que conta a história do nosso país, assim como do Mr. Bow, porque
eu também quando acordo vou à batalha. Há vezes que fico fora de casa
por um mês, por isso, também preciso acalmar a minha Guilhermina de modo
a saber que está tudo controlado e em breve voltarei ao seio familiar.
O que foi preponderante para que “Guilhermina” fosse a primeira música a ganhar um vídeo?
Esta
música destacou-se com muita facilidade e fez com que eu concluísse que
esta é a altura certa para lançar o vídeo da mesma. É uma música que
está a chamar mais atenção no álbum.
O que norteou o pensamento do vídeo?
Quando
escrevi a música já tinha ideia do vídeo. Trabalhei com uma equipa
forte – Império África. Eles é que fizeram o “history bold” do vídeo e
depois avancei ao director do vídeo, o Marcelo, uma referência na
produção nacional e internacional. Toda Bawito Music também esteve
envolvida para que este produto saísse da melhor forma possível.
O que este álbum significa para si?
Para
além do talento, que é a coisa básica para o alcance do sucesso como
artista, tem que ter uma estrutura que faça de ti um artista forte e que
possa se manter da melhor maneira possível. Eu tenho feito o melhor de
mim para que as coisas aconteçam com previsão de sucesso. Quando se fez
este álbum já se previa que tinha que ser um álbum muito forte.
Considerando a minha posição actual a cada dia a responsabilidade é
maior. Tenho sempre que mostrar trabalho e com muita força para me
manter em destaque e continuar sendo a referência neste país.
Para quando está previsto o lançamento do álbum?
Está
a fazer-se um trabalho muito forte no sentido de se criar um evento
muito grande para que as pessoas tenham acesso e um contacto directo com
o artista. “Mr. Romantic” é um álbum cheio de música romântica. Fiz
neste conceito porque senti que como artista tenho influenciado
positivamente as famílias moçambicanas. A minha maneira de contribuir é
trazendo mensagens que possam incentivar as pessoas a valorizar o seio
familiar e a olhar para essa instituição como lugar mais adequado para
as pessoas se sentir com maior conforto do mundo. Neste momento está a
trabalhar-se para um provável evento, com data ainda por anuciar. Tenho
fé de que os meus seguidores terão um dos melhores “shows”.
Que futuro se vislumbra para o álbum e para a sua carreira?
Em
breve vamos lançar dois vídeos, das músicas “Im ready” e
“Nitikhetelili”. Esses dois vídeos fiz na África do Sul com uma
produtora de nível internacional, onde muitos artistas de referência
internacional também apostam. Foi na tentativa de colocar, quem sabe, a
nossa marrabenta na linha da frente, no que concerne à exibição cultual a
nível africano. Estou neste momento com grandes iniciativas. Um dos
meus sonhos é continuar a agenciar os artistas, trazer talentos que,
infelizmente, não têm condições de se expor no mercado. Também estou
envolvido em acções sociais, onde quero, também, de alguma forma,
contribuir, deixar a minha palavra, a minha mensagem; deixar o pouco do
que tenho como artista, como homem, pai, como pessoa e cidadão
moçambicano e ser um exemplo nesta sociedade porque se eu não fizer
ninguém fará por mim.
Que olhar tece ao seu trajecto que para o ano soma 10 anos?
São
10 anos de grandes desafios, esforço e dedicação. Não posso afirmar em
nenhum momento que tenho sofrido derrotas. Tenho olhado para a minha
carreira a subir gradualmente. Para quem acompanha a minha carreira dos
anos anteriores até cá vai perceber que este jovem anualmente trás
alguma coisa. O meu ontem não é o meu hoje. O meu hoje não quero que
seja o meu amanhã. Tem sido uma carreira que está a evoluir e é notável.
Há vozes que o acusam de falta de humildade. Acredita nessas vozes?
O
meu tipo de carreira está sujeito a isso. É uma carreira de exposição
pública e estou sujeito a fofocas. As pessoas vão inventar, vão querer
me atingir. O que importa é eu saber que o meu compromisso é único e
exclusivo com a música e a sociedade moçambicana. Se alguém me
aparecesse a dizer que uma determinada música está mal feita estaria a
contribuir para melhorar. Agora, falando de assuntos que não têm nada a
ver é difícil que eu consiga ter espaço para guardar essas coisas porque
estou concentrado em trabalhar e mostrar aquilo que realmente é o Mr.
Bow. E não aquilo que alguém pode, de qualquer jeito, tentar
interpretar. Quem tem a oportunidade de convivência comigo sabe quem sou
eu. A minha família me conhece e não há qualquer invenção possível.
Outras vozes dizem que a música “Number One” é plágio de outra tanzaniana. É verdade?
Se
fosse verdade já deveria ter sido notificado pelo dono da música. É que
há pessoas que acham anormal o sucesso de um artista nacional.
Precisamos de deixar de desacreditar no talento dos outros. Por causa
deste tipo de pensamento, acabamos tendo muitas pessoas que não
acreditam em si. Está claro que se você não canta nada não fará sucesso.
Se cantar bem, fazer boas músicas, independentemente das suas
condições, o povo vai apoiar-te. Por isso que digo que o único
compromisso que tenho com o povo é a música. Se me demitissem da música,
por exemplo, eu não teria o que fazer.
O País